Estudantes solidários: acolhida e brincadeiras com as crianças em Canoas
Resumo
Por ocasião de episódios extremos de precipitação, cheias de rios e rompimentos de barreiras que assolaram o estado do Rio Grande do Sul, em 2024, o município de Canoas foi um dos mais atingidos. A cidade faz parte da região hidrográfica do Guaíba e, em particular, das bacias dos rios dos Sinos e Gravataí. As perdas materiais e humanas foram imensas, afetando mais de 44% da população e mais de 150 mil pessoas foram evacuadas de suas casas. Neste contexto, a ação proposta visa mitigar os efeitos da enchente, nas condições de vida dos desabrigados, em especial na educação de crianças, de 5 a 14 anos de idade. Os bairros atingidos em Canoas são populosos e com grande número crianças e jovens, como Mathias Velho, Rio Branco, Harmonia, Fátima, São Luís e Mato Grande, que agora ainda apresentam dificuldades de retomada na sua escola ou creche, ou mesmo a estrutura do sistema de saúde ou de assistência social, visto tamanho impacto. Os abrigos situam-se na parte não atingida pelo alagamento, ou seja, na parte leste da cidade, como arredores do Campus do IFRS. O projeto contou com atividades lúdicas, tais como brincadeiras de integração, atividades para desenvolvimento da coordenação motora e espacial, momento de desenho e pintura para temáticas como halloween, entre outras. No decorrer do projeto, foram chegando novas crianças de origem venezuelana, trazendo uma barreira que fomos gradualmente enfrentando: a comunicação. Contudo, nenhuma das demais crianças já pertencentes ao projeto deixou que esse fator fosse um empecilho para integrá-los, mostrando-nos que tanto eles aprendem conosco quanto nós com eles. O projeto acabou por atender cerca de 20 crianças. Além disso, a ação conta com apoio institucional de órgãos públicos, entidades privadas e da Organização Internacional de Migrações, ligada às Nações Unidas, além de estudantes voluntários do IFRS e membros da comunidade externa. Ao final, esperamos ter contribuído significativamente com a retomada gradual do cotidiano das crianças amparadas, bem como o desenvolvimento integral nesse período realizado, a partir dos vínculos estabelecidos e atividades lúdicas aplicadas.