A inteligência artificial sob a perspectiva da filosofia da mente
Resumo
O acelerado desenvolvimento das Inteligências Artificiais (IA) tem produzido impactos profundos nos modos de ser, pensar e agir humanos, suscitando questões éticas, epistemológicas, políticas e sociais que representam grandes desafios contemporâneos e constituem objetos de estudo e de reflexão para diversas áreas. Essas questões permeiam amplamente áreas da filosofia, como a lógica, epistemologia, filosofia da mente, filosofia da linguagem, ética e filosofia política. Inserido no contexto de um projeto mais amplo sobre as implicações filosóficas da inteligência artificial, este trabalho se concentra na intersecção entre a filosofia da mente e a IA, aprofundando a análise de conceitos-chave como inteligência, consciência e aprendizado. Busca-se, também, avaliar a possível relevância e implementação de ações educacionais interdisciplinares que aproximem os problemas filosóficos em torno da IA ao contexto da educação tecnológica. Metodologicamente, o estudo é teórico e exploratório, com análise e revisão bibliográfica voltada para as conexões entre filosofia da mente e inteligência artificial. Foram realizadas leituras de livros e artigos científicos para um mapeamento histórico-filosófico das principais linhas de pensamento, visando reconstruir o debate em torno da natureza da IA. Os resultados preliminares indicam controvérsias sobre os limites e potencialidades da inteligência artificial, especialmente no debate entre as correntes dualista, fisicalista e funcionalista. No contexto desse debate identifica-se a importância de distinguir entre IA forte e IA fraca, pois enquanto a IA fraca visa simular a inteligência humana para executar tarefas específicas, a IA forte vislumbra incorporar habilidades mais amplas, acrescentando compreensão e intencionalidade. De modo geral, a ciência da computação torna-se um dos paradigmas para o estudo dos fenômenos mentais, pois a simulação artificial da inteligência constitui uma estratégia para compreender o seu funcionamento. Por fim, observa-se que o objeto de estudo tem potencial para engajar tanto o campo técnico quanto o filosófico, promovendo a interação entre essas esferas e incentivando iniciativas interdisciplinares de pesquisa, ensino e extensão.