Compartilhando saberes: uma experiência na pós-graduação
Resumo
O Grupo de Pesquisa “Seminário Integrado no Ensino Politécnico: Reflexões, Possibilidades e Estratégias Educativas”, composto por oito alunos da Licenciatura em Matemática, uma técnica supervisora educacional e duas professoras, todos do IFRS – Câmpus Canoas, foi convidado a assistir uma aula do Mestrado Profissional em Gestão Educacional na Unisinos/POA, ministrada pelas professoras Mari Forster e Ana Lucia de Freitas, para participar do relato realizado pela Diretora de uma Escola da rede estadual de educação, do Estado do Rio Grande do Sul, que tem se destacado pelo trabalho desenvolvido no Ensino Médio Politécnico, especialmente nos Seminários Integrados (SIs). A Diretora foi convidada para, através de sua narrativa, disseminar e contribuir para a consolidação de uma educação comprometida com a democratização e igualdade social, bem como expor destaques de práticas pedagógicas desenvolvidas, tendo em vista seu público-alvo: mestrandos em Educação e acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática – atuais e futuros profissionais da educação. Como licenciandos, além de pesquisadores, tínhamos o objetivo de nos apropriar do relato, bem como dos comentários e questionamentos dos presentes, a fim de coletar dados para a pesquisa em andamento e enriquecer conhecimentos, articulando teoria e prática. Durante o relato, a Diretora comentou que, mesmo com as dificuldades existentes na área da educação, sobretudo no atual ano letivo, na Rede Estadual, a qual passa por períodos dificultosos e de greve, é possível fazer a educação de boa qualidade acontecer e citou Brandão, dizendo que “ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.” (BRANDÃO, 1985, p.07). Ao citar Freire, mencionou uma educação feita coletivamente e sustentada pela amorosidade (1996). E, referenciando Sousa Santos, afirmou que “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.” (SANTOS, 2003, p. 56). A experiência contribuiu para delinearmos alguns resultados parciais de pesquisa, como o sucesso dos Sis – no qual, no primeiro ano/EM, cada estudante elabora um projeto de pesquisa, com orientações de uma professora, no segundo ano/EM, começa a desenvolver o projeto, sob a orientação de qualquer servidor da Escola e, no terceiro ano/EM, conclui a investigação e a apresenta em momento pré-definido, na presença de banca avaliadora, composta por qualquer membro da comunidade escolar – que tornou-se viável devido a vários fatores, entre eles o comprometimento com uma educação sustentada pela amorosidade, o sentimento de pertencimento dos envolvidos, o engajamento dos profissionais – os quais deixam claro aos alunos que desejam seu sucesso, desenvolvimento e felicidade e estão em busca constante por ser mais (FREIRE, 1996) – e o ensinar para além dos conteúdos.
Publicado
2015-11-06
Seção
[Pesquisa] Resumos nível superior