Revisão da Bibliografia – Seminário Integrado no Ensino Médio Politécnico

Resumo

Há décadas a preocupação com o Ensino Médio brasileiro tem sido alvo de grandes debates; recentemente, o ministério da educação ressaltou que a reforma desse nível de ensino deverá ser prioridade do governo atual, com vistas a melhorar os índices de qualidade. Nesse contexto, visando a investigação de propostas curriculares que se propõem a trazer uma nova abordagem para essa etapa do ensino, se propôs como problema central da pesquisa intitulada Seminário Integrado no Ensino Politécnico: reflexões, possibilidades e estratégias educativas: “Como se constituíram e são desenvolvidas as concepções, práticas e modos de articulação do Seminário Integrado, no Ensino Médio Politécnico, na escola E.E.M Cônego José Leão Hartmann?”. Inicialmente, essa investigação envolveu a revisão da bibliografia – análise ampla das publicações cientíco-acadêmicas acerca do tema investigado – com o objetivo de identificar o que tem sido publicado sobre o Ensino Médio Politécnico, mais especificamente sobre os Seminários Integrados, no recorte temporal 2010-2015. Para isso, buscamos a expressão “seminário integrado” + “ensino médio”, através da ferramenta Google Acadêmico, utilizando alguns filtros que a ferramenta oferece, tais como: não incluir citações e patentes nos resultados e exibir somente páginas em português, no período de 2010 a 2015. Nossa busca localizou 267 (duzentos e sessenta e sete) trabalhos, no total. Fizemos a leitura flutuante dos títulos e/ou resumos; descartamos os que não abordavam a temática e os que consistiam apenas em resumos publicados em anais de evento, pois, em muitos casos, estes resumos não traziam conclusões, sendo difícil identificar até mesmo o objetivo da produção. Com isso, nosso corpus de análise constituiu-se de 53 (cinquenta e três) produções acadêmicas, sendo elas: duas monografias, seis trabalhos de conclusão de curso, quatro dissertações, uma tese e 40 (quarenta) artigos publicados em periódicos e artigos completos publicados em anais de eventos. Como potencialidades dessa nova proposta para o EM, destacou-se: o aumento da motivação e maior desenvolvimento da autonomia dos estudantes, a ruptura com as práticas tradicionais de ensino-aprendizagem, a construção do conhecimento contextualizada e a melhora nas relações professor-aluno. Entre os principais desafios, as produções apontam: pouca exploração da interdisciplinaridade; falta de formação dos professores para a implementação da proposta; falta de tempo – principalmente para atividades de planejamento pedagógico; resistência por parte do corpo docente às novas práticas; falta de estrutura física e recursos materiais; a estruturação curricular e as dificuldades de compreensão da proposta, tendo em vista seus conceitos base, como interdisciplinaridade e avaliação emancipatória. É importante ressaltar que a ruptura com as práticas tradicionais aparece, ora como potencialidade, ora como desafio. Ficou evidente que a proposta tem potencial, mas depende de outros elementos para além do discurso no papel. Consideramos que o levantamento da produção científico-acadêmica, referente aos Seminários Integrados, confirmou a necessidade de estudos acerca da experiência, principalmente daquelas consideradas exitosas pela comunidade escolar, uma vez que, a partir delas, é possível pensar em formas de qualificação da proposta, superando os diversos desafios que a mesma enfrenta, como a efetivação do trabalho pedagógico desde a perspectiva interdisciplinar.