A centralidade da matemática no currículo: da Paideia à contemporaneidade
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa realizada pelo projeto “A centralidade da matemática no currículo: um estudo sobre as origens a partir da Paideia platônica”. A finalidade do trabalho é demonstrar que a centralidade da matemática no currículo possui origens platônicas e se mantém presente e vigorosa na educação básica contemporânea. Para atingir tal objetivo, primeiramente, foram investigados diálogos platônicos para esclarecer a ideia central do projeto de que a matemática constitui em Platão, além de um instrumento, um papel formativo na medida em que forma o homem “elevado”, que é racional, justo e bom. Após esse esclarecimento, foi possível entender a centralidade da matemática na Paideia, como formação do homem, e, para buscar relacioná-la com a matemática hoje, foram lidos artigos sobre o fracasso escolar na disciplina de matemática e provas nacionais da educação básica que tem a matemática como eixo central. Platão foi um filósofo grego que, por volta de 387 a.C., fundou a Academia, a qual dirigiu pelo resto de sua vida e que continha a frase “Que não entre quem não saiba geometria” em seu pórtico, o que demonstra a centralidade da matemática no seu pensamento. Através das pesquisas realizadas até o momento, foi possível identificar que, na educação contemporânea, a matemática possui uma centralidade não só por parte das instituições, como por parte dos próprios estudantes, na medida em que estes acabam, na maioria das vezes, colocando a matemática como disciplina preferencial para ser estudada, ou seja, ela serve como aquela que seleciona quem irá ser aprovado ou reprovado, ganhando assim a atenção dos alunos. Tal centralidade se verifica inclusive na SAEB (Sistema da Avaliação da Educação Básica) que é um sistema de provas composto por três avaliações (Aneb, Anresc, ANA), das quais o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) é responsável pela execução, e que tem como objetivo diagnosticar a educação básica do Brasil. O último ano avaliado foi 2015 e contou, apenas, com as disciplinas de língua portuguesa e matemática, o que confere à matemática um dos eixos centrais da educação contemporânea.