Design Social: responsabilidade, sustentabilidade e imaginação
Resumo
Este texto se propõe a apresentar a pesquisa, que está em andamento, sobre as experiências pedagógicas que ocorrem dentro do viés do Design Social em projetos que envolvem a responsabilidade, a sustentabilidade e a consciência social (1997-atual). Tais atividades são realizadas por alunos dos cursos de Design do Instituto Federal Sul-rio-grandense/Pelotas/Brasil (Design de Interiores, Comunicação Visual e Bacharelado em Design). Por outras palavras, o objetivo é realizar um resgate histórico, teórico e analítico de experiências pedagógicas com trabalhos de cunho comunitário executados na área de Design, na tentativa de refletir sobre o tema e atestar seu estatuto pedagógico e social, no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão. A ideia de projetar para a comunidade surge como uma vontade de buscar a aplicação de temáticas que envolvessem uma prática numa situação real, não só para tornar mais motivador a realização do ato de projetar, como também para tentar solucionar problemas do cotidiano social. Este trabalho está sendo desenvolvido pelo TOPOS: Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Design, Educação e Imaginário, cadastrado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e certificado pela Instituição. Quanto ao campo teórico, Papanek (2007), Margolin (2014), Manzini (2011), Frascara (2008), Durand (1993), serão os principais autores utilizados como referências teóricas relevantes nesta pesquisa. Os principais conceitos relativos à temática desta pesquisa são: Design Social: linha de reflexão que questiona o empirismo e o ativismo descomprometido eticamente com o social, propondo discussões sobre a natureza e a prática do Design. Design Sustentável: propostas que sejam social e culturalmente apreciáveis e responsáveis. Projeto Ético: Pensar sobre as consequências culturais, sociais e técnicas levando em conta temas morais e éticos. Projeto sociotécnico/simbólico: estudo dos artefatos como portadores de valores e significados. A problematização está focada na importância ou não desses tipos de atividades. Pergunta-se: essas ações estariam facilitando pedagogicamente, desafiando criativamente e, auxiliando na formação cidadã dos estudantes e professores envolvidos? Para a operacionalização da pesquisa adotamos a abordagem qualitativa com a opção pelo delineamento do tipo estudo de caso, com características hermenêutico-fenomenológicas. A apreciação está sendo realizada através dos seguintes critérios: seleção e identificação do acervo de projetos; organização de um banco de dados; análise, interpretação e cadastramento de cada projeto descrevendo suas características morfológicas, simbólicas e funcionais; analise do acervo como possível exemplo de projetos de pesquisa, ensino e extensão e modelos avançados de avaliação pedagógica. Com os resultados parciais já podemos inferir que o estudante de Design com esse tipo de atividade tende a refletir no sentido de uma formação cidadã. Concluímos que este estudante, mais do que um conhecedor de técnicas - através do tripé imaginação-sustentabilidade-responsabilidade – predispõem-se a realizar uma ação preocupada com o fenômeno humano, onde além de métodos objetivos são levados em consideração aspectos éticos, de cuidado, de colaboração e respeito com o outro.
Palavras-Chave: Design Social; Ação Pedagógica; Imaginação.
Referências
PAPANEK, Victor. Arquitetura e Design – Ecologia e Ética. Lisboa: Edições 70, 2007
FRASCARA, Jorge. Diseño Gráfico para la gente: Comunicaciones de masa y cambio social. Buenos Aires: Infinito, 2008.
MARGOLIN, Victor. A Política do Artificial: ensaios e estudos sobre design. [Tradução Cid Knipel Moreira] Rio de Janeiro: Record, 2014.
DURAND, Gilbert. A imaginação Simbólica. Lisboa: Edições 70, 1993.
MANZINI, Ézio. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: EDUSP, 2011.