Conversando sobre povos indígenas nas escolas públicas

  • Isabelle Noga Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Canoas
  • Guilherme Rodrigues Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Canoas
  • Paulo Roberto Faber Tavares Junior Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Canoas
Palavras-chave: Indígenas, Capoeira, Cultura

Resumo

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas - NEABI - do IFRS campus Canoas, estimula e promove atividades orientadas à temática das identidades e das relações étnico-raciais, especialmente quanto às populações afrodescendentes e indígenas, por opção e atendendo ao disposto na Lei nº 10.639/2003. O grupo de bolsistas e estudantes voluntários realiza encontros semanais para estudar tópicos específicos, como sistema de cotas na educação, empoderamento da mulher negra, religião afro-brasileira e outros. Efetuamos levantamento de dados, participamos de eventos externos relacionados/organizados pelo movimento negro, como forma de escuta e de diálogo. O projeto organiza dois principais eventos, a Semana dos Povos Indígenas - SPI, que ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de abril e a Semana da Consciência Negra, que este ano irá ocorrer em paralelo ao Fórum Étnico-racial, na última semana de setembro. A SPI foi aberta à comunidade externa mas, para aumentar o alcance, este ano foram realizadas atividades no campus e também em três escolas públicas no município: Erna Würth, Jussara Maria Polidoro e Pernambuco. A partir da diretriz “Nada sobre nós, sem nós”, e para estabelecer um diálogo mais direto, foram convidados representantes indígenas de três etnias diferentes para rodas de conversa sobre cultura, arte e tradições indígenas. Em suas falas, eles conversaram sobre questões mais atuais relacionadas aos povos indígenas e, através da interação com as questões trazidas, foram expondo suas vivências nas tribos, suas relações com a natureza, entre outros. Em algumas edições, nas escolas, tiveram também atividades como dança e pintura corporal com jenipapo. Foi efetuada uma capacitação com professores da escola Erna Würth. Houve, também, outras atividades como: uma conversa sobre Literatura Indígena no RS, ministrado por Daniel Gebelucha, uma conversa com Darci Emiliano sobre revitalização dos saberes e práticas Kaingang, exposição de fotos dos povos indígenas do RS, entre outros. Semanalmente e durantes os meses de setembro e outubro, irão ocorrer as oficinas de Capoeira Angola, que tem como características principais: ritmo musical lento, golpes jogados próximos ao solo e muita malícia. São 15 vagas para alunos do campus e 15 para comunidade externa, sendo que 50% das vagas são destinadas a pessoas negras. Pretendemos, através das aulas, que os participantes, além da prática do esporte, adquiram um conhecimento sobre a capoeira e sua história no Brasil, que se iniciou através dos escravos como forma de proteção tanto dos senhores de engenho quanto dos capitães-do-mato. Assim como as outras lutas, foi proibida e como consequência ocorreu a união entre o ritmo e os movimentos de danças africanas, para disfarçar dos senhores de engenho a prática de capoeira. As inscrições foram divulgadas na página e no facebook do NEABI e visitamos algumas escolas do bairro, que afixaram cartazes e divulgaram entre os alunos, jovens de 14 a 19 anos, principal público pretendido. Para a última semana de setembro, também estamos organizando o Fórum Étnico-racial Afirmativo, parte da programação ainda está sendo definida.

Publicado
2018-02-20
Seção
[EXTENSÃO] Resumos nível médio