Qualidade de vida de cooperados de unidades de Reciclagem de Novo Hamburgo

  • Maria Gabriela Martins Gonzaga Universidade Feevale. Novo Hamburgo, RS
  • Sueli Maria Cabral Universidade Feevale. Novo Hamburgo, RS
Palavras-chave: Cooperados, Resíduos, Qualidade de vida

Resumo

Conforme o Dicionário Houaiss Da Língua Portuguesa (2009) lixo é considerado “tudo que não presta e se joga fora (...) escória, sobras, imundices, sujidade”. Tal definição, principalmente quando a atenção está nas sociedades contemporâneas, explicita não só a ação, mas o sentido que damos às sobras, à escória e ao que não presta, além de insuflar algumas questões: o que são sobras? Quem trabalha com a escória e dela sobrevive como pode ser definido? O campo de argumentação a essas questões é vasto, com fundamentos teóricos de diferentes ramos da ciência. Da física à semântica ou da química à psicologia, é possível mapear diferentes sentidos do mesmo signo. Contudo, a palavra e a coisa tornam-se mais contundentes quando o vocábulo lixo é trocado pela expressão resíduos sólidos. Considera-se resíduo sólido “qualquer resíduo em estado sólido que resulta de atividades industriais, domiciliares, comerciais, agrícolas, de serviço de varrição e capina, de serviço de saúde, de obras e demolições, de podas de parques e jardins”. Atualmente a reciclagem do lixo, tecnicamente denominado de resíduo sólido, vem crescendo economicamente, oferecendo trabalho e renda a um número expressivo de sujeitos que, na sua maioria, foram expulsos do mercado de trabalho e encontraram na reciclagem um meio e um fim de reinserção social. A reciclagem ganha força como campo de geração de trabalho e renda. Este resumo apresenta os dados iniciais de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida sobre o nível de qualidade de vida de trabalhadores de cooperativas de resíduos sólidos. O objetivo geral é de identificar e analisar o nível de qualidade de vida dos cooperados de três unidades de reciclagem assessorados pelo Programa Catavida, ligado à Secretaria do Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo, bem como pelo Projeto de Extensão Universitária denominado ‘Gestão em Empreendimentos Solidários', da Universidade Feevale. O instrumento de captação de dados está sendo o WHOQOL-bref. Segundo Nahas (2013), a percepção de bem-estar difere entre as pessoas, mesmo com condições de vidas similares, sugerindo que há um filtro pessoal na interpretação dos indicadores de qualidade de vida. Segundo Fernandes (1996), a qualidade de vida no trabalho está relacionada as mudanças constantes das organizações, das pessoas, de fatores físicos/estruturais e de mudanças tecnológicas que afetam a cultura organizacional, refletindo no bem-estar do trabalhador. A amostra piloto foi de 13 cooperados, de ambos os sexos, com idades entre 28 e 63 anos. Para efetuar a análise dos dados estamos utilizando a estatística descritiva. Os dados encontrados até o momento indicam uma baixa qualidade de vida, sem a presença de atividades físicas e de lazer.

Biografia do Autor

Maria Gabriela Martins Gonzaga, Universidade Feevale. Novo Hamburgo, RS
Acadêmica de psicologia; voluntária de extensão universitária;
Sueli Maria Cabral, Universidade Feevale. Novo Hamburgo, RS
Possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Doutora pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Vale dos Sinos - UNISINOS. Atualmente é professora adjunta da Universidade Feevale e consultora na área de avaliação de resultados e impactos de projetos sociais. Atua em disciplinas da área de Ciências Sociais e desenvolve trabalhos de pesquisa com ênfase em indicadores de impactos socioeconômicos, trabalho, envelhecimento, sociabilidades e Direitos Humanos.

Referências

NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 6. ed. Londrina, PR: Midiograf, 2013.

DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA - PMPA.- Os Caminhos do Lixo: da origem ao destino final. São Paulo, agosto de 1993. Trabalho Apresentado no I Simpósio Latino-Americano de Resíduo Sólidos.

Publicado
2019-04-30
Seção
[EXTENSÃO] Resumos nível superior