Ações de extensão como estratégia de divulgação das cotas

  • Isabelle Noga Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
  • Naomi Rosa da Silveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
  • Isadora Bottaro Gonçalves Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
  • Mirian Vieira Moreira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
  • Paulo Roberto Faber Tavares Junior Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
Palavras-chave: Racismo, Cotas Raciais, Extensão, Feminicídio, Negro

Resumo

Relações Étnico-raciais nas Escolas é um projeto de extensão vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do campus Canoas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).O projeto divulga as cotas raciais na comunidade do entorno do campus. Principalmente nos bairros com maior de população negra, como o Guajuviras, o Niterói e o Mathias Velho (IBGE, 2010).Como método são utilizados a promoção de debates, exposições e oficinas de dança afro, em escolas públicas, principalmente nas séries finais do ensinos fundamental e médio. Para possibilitar um maior protagonismo dos bolsistas vinculados ao projeto, no primeiro trimestre o trabalho é focado em leituras orientadas dos principais conceitos necessários ao debate, entre eles, o Mito da Democracia Racial, Colorismo e a historiografia das Cotas Raciais. Também são estudados dados estatísticos sobre o racismo e a necessidade de ações afirmativas com enfoque na questão racial, à exemplo da redução em 9,8% do número de feminicídios de mulheres brancas, entre 2003 e 2013 (a partir de marcos históricos como a criação da Lei Maria da Penha) mas ao mesmo tempo um aumento de 54,2% de feminicídios de mulheres negras, ou seja, "com poucas exceções geográficas, a população negra é vítima prioritária da violência homicida no País” (Mapa da Violência, 2015, p. 30-31). Outros dados levantados pelos estudantes, que exercitam a busca de dados referendados e articulados com fundamentação teórica, servem de base para a montagem das exposições sobre temas como “feminicídio negro”, “mulheres negras e ações anti-racismo” e “territórios negros da cidade de Canoas e região”. Entre agosto e setembro o coordenador do projeto e os bolsistas realizam visitas às escolas interessadas em participar da proposta e fazem também uma verificação de quais ações a escola realiza na temática étnico-racial com enfoque anti-racismo. A aplicação do projeto propriamente dita ocorre em outubro, mês que estarão abertas as inscrições para o processo seletivo do IFRS e portanto um bom momento para divulgação das cotas raciais nas escolas. As exposições contam com cerca de cinco painéis cada, que sintetizam os temas escolhidos e são apresentados no saguão e espaços de circulação, durante as visitas ou durante eventos destas. Este espaço de conversa que o projeto promove, busca dialogar com estudantes em idade para realizar o processo seletivo do IFRS e divulgar as cotas raciais (o porquê de sua criação e quem são os sujeitos de direito destas cotas). O público-alvo são alunos dos nonos (9º) anos das escolas públicas de Canoas e as cidades do entorno, com foco na divulgação da reserva de vagas para estudantes negros(as) no IFRS. Através dessa divulgação pretende-se que os estudantes entendam mais sobre cotas, seus direitos e possam fazer uso deste embasamento caso necessitem, sendo que as oficinas e as exposições terão enfoques variados mas os mesmos objetivos.

Publicado
2019-11-29
Seção
[EXTENSÃO] Resumos nível superior