Os sentidos de gênero e sexualidade produzidos em Steven Universo: uma análise das representações do casamento de Rubi e Safira

  • Tainá Souza Dames IFRS campus canoas
  • Olívia Pereira Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas
Palavras-chave: etnografia de tela, Gênero, Sexualidade

Resumo

Esta pesquisa propõe descrever e analisar as representações de gênero e sexualidade veiculadas em uma cena do episódio vinte e três (23), da quinta (5ª) temporada da animação Steven Universo, produzida pela Cartoon Network. Criada por Rebecca Sugar, Steven Universo é a primeira animação do canal a ser produzida por uma pessoa de apresentação feminina e não binária . A série de animação estadunidense estreou, em seu país de origem, em novembro de 2013 e, no Brasil, em abril de 2014. Steven Universo se passa em Beach City, cidade onde as Crystal Gems vivem em um templo à beira da praia e protegem a humanidade contra monstros e ameaças. As Gems são guerreiras alienígenas sem identidade de gênero e que tem pedras preciosas no meio de seu ser, Atualmente as Crystal Gems são formadas por Garnet, Ametista, Pérola e Steven (um jovem meio humano, meio gem, que herdou a pedra de sua mãe Rose Quartz antiga líder das Crystal Gems). A série fala muito sobre amadurecimento, família, temática LGBT’s e amor. Na cena escolhida como foco de análise, objetivou-se olhar para as marcas e inscrições que compõem a cena e o roteiro produzido para as personagens Rubi e Safira, no momento de seu casamento. Rubi e Safira são a versão separada de Garnet, que é uma fusão e a materialização da relação afetiva das duas, são personagens marcantes na trama, principalmente por serem consideravelmente diferentes, mas uma ótima dupla. Em busca de descrever e analisar se a cena apresenta uma desobediência nas representações hetero-cis e da instituição do casamento, o referencial teórico utilizado partiu dos conceitos de representação, gênero e sexualidade. As autoras bell hooks (2019) e Guacira Lopes Louro (2013) foram acionadas para construir o conceito de representação. O conceito de gênero e de sexualidade amparados por autoras Ruth Sabat (2002; 2004) e Guacira Lopes Louro (2010). Os processos metodológicos foram inspirados na “etnografia de tela”, a partir dos percursos construídos por pesquisadoras e pesquisadores como Patrícia Abel Balestrin e Rosângela Soares (2012), Justina Robasky (2019) e Olívia Pereira Tavares (2018; 2021). Nesta direção, buscou-se desmontar a cena selecionada, em busca de construir um roteiro possível para a análise da hetero-cis normatividade e seus desvios. De forma, a análise busca apresentar que, mesmo em possíveis censuras, a cena parece representar aspectos não normativos de gêneros e sexualidades.

Publicado
2022-11-14
Seção
[Comunicação] Ciências Humanas