A extensão incentivando a leitura e a escrita através de experiências de viagem
Resumo
A leitura no Brasil sempre enfrentou um desafio significativo. Contudo, nos últimos anos, à medida que as redes sociais vêm ganhando cada vez mais espaço na vida das pessoas esse problema parece ainda maior. Tal fenômeno destaca a importância crucial de adotar medidas que reacendam o interesse pela leitura, o que, por sua vez, pode estimular o desenvolvimento de novos talentos literários. É responsabilidade das instituições educacionais iniciar a promoção da leitura como um hábito desde os primeiros anos do ensino fundamental e, ao longo do tempo, aprofundar essas atividades, com o objetivo de formar cidadãos que apreciem e valorizem a leitura. É fundamental lembrar que cada viagem que realizamos se transforma em uma história viva, uma narrativa que compartilhamos com outras pessoas. A arte de relatar experiências está intrinsecamente ligada à literatura, uma vez que a arte de contar histórias nos diferencia enquanto seres humanos aptos para a linguagem. Nesse sentido, a narrativa oral e/ou escrita de uma viagem é uma forma aprazível de conhecer culturas e lugares distantes, ao mesmo tempo em que auxilia aqueles que nunca se aventuraram a escrever ou têm um histórico limitado de leitura. A série de livros lançados pelo Programa de Extensão "Olhares sobre as cidades: experiências de viagem", intitulados: "Crônicas de viagem do século XXI: olhares sobre as cidades" (2014), "Feira das Cidades: travessias do século XXI" (2018) e "Que falta faz uma viagem" (2022), abriu oportunidades valiosas para que a comunidade, tanto interna quanto externa, compartilhasse suas próprias vivências em trânsito pelos 5 continentes, estimulando, assim, o interesse pela leitura e pela escrita. Além disso, os livros apresentam relatos em português, espanhol, italiano e inglês, escritos por escritores-viajantes nativos do Uruguai, da Itália, da Guiné-Bissau e do Reino Unido, contribuindo assim para uma rica diversidade cultural e linguística, totalizando 76 crônicas de viagem, enviadas pelos autores. Essa iniciativa é uma demonstração clara de como a literatura de viagens pode ser uma ponte entre diferentes culturas e línguas, enriquecendo ainda mais o panorama literário. O gênero crônica, empregado na maioria dos textos das três coletâneas, aproxima o leitor contemporâneo do gosto pela leitura, posto que é um texto curto e de fácil compreensão, em geral, por optar pela ordem cronológica dos acontecimentos. Portanto, é crucial que continuemos a valorizar a leitura e a escrita como meios de expressão, aprendizado e conexão com o mundo ao nosso redor. Ao fomentar as habilidades de escrita e leitura intra e extramuros dos IFRS vislumbramos uma sociedade culturalmente rica e educacionalmente sólida.