Aprender a aprender na escola

contribuições do desenvolvimento de Projetos e Aprendizagem nos anos iniciais

  • Andressa Guedes da Silva Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS
  • Luiza Lehmen Kerkhoff Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS
  • Renata Behrens de Aguiar Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS
  • Eduardo Britto Velho de Mattos Colégio de Aplicação/UFRGS
Palavras-chave: Aprender a Aprender, Projetos de Aprendizagem, Anos Iniciais

Resumo

O Programa de Extensão Universitária UFRGS Solidária: assessoria a escolas públicas na construção de novas propostas para a promoção da aprendizagem (em desenvolvimento desde 2011 pelo Colégio de Aplicação/UFRGS, em parcerias com escolas públicas e secretarias municipais de educação) atuou em 2018 junto a professores e estudantes dos 4° e 5° anos de uma escola municipal de São Leopoldo/RS, proporcionando uma experiência de aprender a aprender por meio do desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem. A experiência, que se constituiu em uma prática indissociável de ensino e extensão, possui ao menos dois importantes aspectos a serem analisados: a formação continuada de professores (âmbito extensionista) e a prática pedagógica (âmbito de ensino-aprendizagem). Nesse relato, optamos por privilegiar esse segundo aspecto, que foi desenvolvido no planejamento conjunto entre professoras da escola e equipe extensionista da UFRGS e na prática semanal com os estudantes. A experiência foi iniciada com atividades para instigar a curiosidade dos estudantes a partir de experiências utilizando materiais manipuláveis (ovos, sal, lupa, água, moedas, entre outros), leituras e pequenos vídeos. Ao longo dos trabalhos, os estudantes foram constantemente convidados a levantar dúvidas e hipóteses, formulando perguntas em relação às experiências realizadas e suas curiosidades. Com base nos interesses expostos, os estudantes se organizaram em grupos e iniciaram o planejamento de estratégias para resolver suas dúvidas. As investigações foram, então, realizadas em revistas e livros, materiais online, entrevistas e experiências. Com base nas produções (confecção de cartazes e painéis, organização das tabelas, análise de dúvidas temporárias e certezas provisórias etc.), foi possível constatar o crescimento em relação ao trabalho em grupo e à interpretação e seleção de informações. Ao longo dos trabalhos, foram realizadas rodas de conversa com a turma sobre as pesquisas, com objetivo de promover um debate que orientasse a continuidade de cada Projeto de Aprendizagem. Esses momentos promoveram compartilhamento de ideias e questionamentos que contribuíram significativamente no aprofundamento das pesquisas, pois os estudantes conseguiram observar quais informações precisavam mais destaque ou mesmo reformulação. Ao final do processo, os grupos foram convidados a pensar em apresentações que pudessem levar suas descobertas aos diferentes públicos da comunidade escolar de maneira interessante e inovadora. Para isso, conseguiram estabelecer relações entre diversos assuntos e encontrar formas lúdicas e criativas de apresentar seus trabalhos, tais como: criação de revistas, manuais de sobrevivência, quadro de mitos e verdades, teatro de fantoches e maquetes. O manual de sobrevivência, por exemplo, foi desenvolvido por alunos que pesquisaram sobre fenômenos naturais e continha recomendações para a proteção das pessoas e eletrodomésticos em tempestades. O teatro de fantoches foi produzido por estudantes que pesquisaram sobre as guerras em geral e, posteriormente, relacionaram com conflitos na escola. Os alunos se inspiraram nos gibis da turma da Mônica para a produção do roteiro, dando ênfase ao respeito à diversidade e à diferença. Dentre os resultados, destacamos a evolução dos estudantes para a realização de trabalhos colaborativos e, até, cooperativos e a potencialidade dos Projetos de Aprendizagem como estratégia leva os estudantes a criarem estratégias para aprender a aprender na escola.

Biografia do Autor

Andressa Guedes da Silva, Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS

Licencianda em Matemática pela UFRGS

Luiza Lehmen Kerkhoff, Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS

Licencianda em Matemática pela UFRGS

Renata Behrens de Aguiar, Instituto de Matemática e Estatística/UFRGS

Licencianda em Matemática pela UFRGS

Eduardo Britto Velho de Mattos, Colégio de Aplicação/UFRGS

Doutor em Informática na Educação pelo PPGIE/UFRGS, Mestre em Ensino de Matemática pelo PPGEMAT/UFRGS, Licenciado em Matemática pela UFRGS.

Publicado
2019-11-29
Seção
[Ensino] Resumos nível superior